Espero que você esteja gostando do nosso site. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem na Av. Paulista presencialmente e também online por vídeo chamada. Autor: Renata Visani Gaspula - Psicólogo CRP 06/72421
É preciso falar sobre o luto. Algumas pessoas ainda enxergam o processo de luto como um tabu, por isso, podem tomar a nociva decisão de fugir dele.
Perder uma pessoa querida ou receber o diagnóstico de uma doença em estágio terminal nunca é bom.
Todavia, para encontrar a melhor maneira de passar por essas situações e minimizar dores emocionais, é preciso aceitar e viver o luto de modo saudável.
Psicólogos afirmam que o luto intenso pode desencadear uma série de complicações para a saúde mental e física, incluindo pensamentos suicidas em pessoas enlutadas.
Neste post, você entenderá todas as facetas desse processo e como lidar bem com o luto.
Como é viver o luto?
Luto é o nome dado ao processo pelo qual as pessoas passam quando algo está perto do fim ou chega ao fim. É costumeiramente associado à perda de alguém querido ou à descoberta de uma doença em estágio avançado.
Entretanto, o luto surge sempre que uma fase da vida chega ao fim, como, por exemplo, término de um relacionamento, demissão, aposentadoria, afastamento de uma amizade de vários anos, entre outros.
A intensidade do luto varia conforme a situação e o quanto as pessoas estavam apegadas a ela. Quanto maior o apego, maior o sofrimento.
Quando enlutadas, as pessoas podem ter dificuldade para gerenciar a quantidade e intensidade de emoções e pensamentos negativos.
Assim, podem ter comportamentos atípicos que preocupam parentes e amigos, como pessimismo, postura passiva-agressiva, ansiedade, procrastinação, dificuldade para se concentrar, obsessão pelo trabalho (para se manter ocupado e não pensar no fato), preocupação excessiva, crises de choro, fadiga, entre outros.
Também é normal não sentir nada no luto. A sensação de ‘anestesia emocional’ pode acompanhar indivíduos enlutados por muito tempo à medida que compreendem e aceitam o fim de uma fase de vida importante ou a morte.
Não é saudável reprimir o luto, ainda que seja desagradável passar por ele. Precisamos expressar os nossos sentimentos de forma saudável para conseguir superar adversidades e seguir adiante com uma mentalidade renovada.
Quais são as cinco fases do luto?
As cinco fases do luto, ou os cinco estágios do luto, foram definidos pela psiquiatra suíça-americana Elisabeth Kübler-Ross (1926-2004), que passou a vida estudando como pacientes terminais e seus familiares lidam com a morte.
Muitas pessoas se perguntam qual é a pior fase do luto, mas essa é uma pergunta difícil de responder. Cada indivíduo sente o luto de uma forma distinta, uma vez que possuem experiências de vida, personalidades e crenças únicas.
Além disso, algumas pessoas são mais sensíveis ao estresse do que outras. Logo, podem levar mais tempo para processar os sentimentos do estágio do luto.
Abaixo, confira quais são as cinco fases do luto. Embora eles estejam enumerados, as pessoas podem ter uma experiência não-linear ou pular fases antes de chegar na última.
1. Negação
O primeiro estágio está presente em quase todos os casos. Mesmo quando alguém tem um parente com uma doença em estágio terminal e “se prepara” para perdê-lo, ele pode não aceitar a realidade quando o parente se vai.
Quem recebe a notícia de uma doença terminal também pode passar por um período de negação da realidade por conta do medo e do choque da notícia.
A negação é um mecanismo de defesa cujo objetivo é proteger as pessoas da dimensão de uma realidade desagradável.
Por um lado, ele as ajudam a processá-la vagarosamente para que, no momento certo, eles consigam aceitar o que está acontecendo ou já aconteceu. Por outro, ele pode prolongar o sofrimento por tempo indeterminado.
2. Raiva
A raiva é a consequência mais comum da negação. Quando já não é possível negar o fato, as pessoas se revoltam. Passam a ver a vida como injusta e encontrar razões para se ressentir de outros indivíduos, médicos, psicólogos e si mesmo.
Essa emoção intensa pode ser expressa de maneiras pouco saudáveis, como por meio da destruição de objetos, brigas com pessoas próximas, comportamentos autodestrutivos (beber em excesso, dirigir embriagado, gastar muito dinheiro com coisas desnecessárias), entre outros.
É difícil saber o que fazer quando alguém está neste estágio, pois as suas ações são ilógicas e até perigosas. Familiares podem buscar ajuda de um psicólogo para entender quais decisões podem ser tomadas.
3. Barganha
Este estágio é caracterizado por uma chama de esperança que leva o indivíduo enlutado a negociar uma cura milagrosa, seja com uma entidade superior ou com médicos.
Ele faz promessas caso o ente querido ou ele próprio seja curado. Nesta fase, pode ter dificuldade para entender a gravidade da situação.
4. Depressão
Quando a pessoa de luto chega no estágio da depressão, ela já aceitou a realidade, mas tem dificuldade para gerenciar a tristeza e o medo que acompanham a notícia.
Este mecanismo de defesa age como uma forma de prepará-la para aceitar a vida após a perda ou a complexidade da patologia.
É fundamental que o psicólogo seja consultado nesta fase e os parentes e amigos estejam presentes para conversar e ouvir os desabados da pessoa em luto.
O humor depressivo oriundo do luto pode evoluir para um transtorno depressivo crônico. A recuperação, neste contexto, pode ser mais longa e desafiadora.
5. Aceitação
A última fase do luto é a aceitação. Todas as pessoas passam por ela, independentemente da situação. É neste momento que aceitam, sem raiva e ressentimento, o fato.
Com os sentimentos, medos e aflições já externalizados nas outras fases, conseguem mudar o foco para sentimentos, pensamentos e atitudes mais positivas.
Indivíduos enlutados conseguem dar continuidade às suas vidas, ainda que um passo de cada vez, visando o futuro em vez de lamentações e arrependimentos.
O seu relacionamento com a saudade também melhora. Já pacientes terminais conseguem aceitar a sua condição e encarar a morte com mais tranquilidade.
Até quando o luto é normal?
O período de luto pode durar somente alguns meses até um ano ou mais. À medida que o enlutado processa a perda, expressa os seus sentimentos e aceita as mudanças de vida que vêm com a morte de um ente querido, as emoções e pensamentos negativos perdem a intensidade. Ainda assim, é normal sentir dor sempre que se lembrar ou pensar na pessoa que partiu.
Mas como saber se ainda estou de luto? A tendência do processo de luto é melhorar com o passar do tempo.
Se você ainda não sentiu o alívio emocional e tem muita dificuldade para aceitar a morte do ente querido, é sinal de que ainda não digeriu todas as emoções desencadeadas pelo ocorrido.
O luto deixa de ser saudável quando ele piora com o tempo em vez de melhorar.
Se a pessoa enlutada não apresenta sinais de melhora da negação, raiva ou depressão, precisa visitar um psicólogo ou psiquiatra para conseguir avançar até a fase da aceitação.
Como lidar com o luto?
Como aceitar a morte de uma pessoa? Desenvolver uma relação boa com a realização que a vida chega ao fim? Uma das formas de aprender a lidar com o luto de maneira saudável é através da terapia.
Se você está passando por um processo de luto, seja porque um ente querido se foi ou se recebeu o diagnóstico de uma doença terminal, a terapia pode te ajudar a entender e aceitar o fato.
Dentro do consultório ou durante uma chamada de vídeo, pacientes podem expressar seus sentimentos abertamente para o psicólogo, sem medo de julgamento ou de passar vergonha.
Sendo assim, a terapia se caracteriza como um ambiente seguro para as pessoas aprenderem a lidar com sentimentos negativos, angústias e condições de saúde mental.
No contexto do processo de luto, a terapia se faz necessária para que o paciente consiga navegar pelos cinco estágios do luto e chegar na aceitação da situação. Ainda haverá sofrimento porque perder uma pessoa querida não é fácil, mas, com a terapia, ele se torna mais manejável.
acientes podem continuar com o atendimento psicoterapêutico por quanto tempo acharem necessário.
É particularmente importante buscar o apoio de um psicólogo em caso de prolongamento do luto e da tristeza, visto que a persistência pode ser um sintoma da depressão. Os familiares e cônjuge também podem se beneficiar da psicoterapia.
Da mesma forma, a psicoterapia pode ser buscada por pacientes terminais. Neste caso, se necessário, o psicólogo pode ir até o paciente.
Normalmente, o hospital oferece tratamento psicológico para pessoas nessa situação, mas, se houver necessidade, a família pode contatar um profissional para tratar a saúde mental do paciente.
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Autor: psicologa Renata Visani Gaspula - CRP 06/72421Formação: Atua como psicóloga clínica há mais de 15 anos, está cursando mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde na Universidade do Algarve em Portugal e é pós-graduada em Neuropsicologia, PNL (Programação Neurolinguistica) e atua também com Psicanálise