Espero que você esteja gostando do nosso site. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem na Av. Paulista presencialmente e também online por vídeo chamada. Autor: Renata Visani Gaspula - Psicólogo CRP 06/72421
A depressão cresceu entre os jovens nos últimos anos, especialmente após a pandemia de coronavírus, entre 2020 e 2022. Por isso, ter filhos com depressão no período de confinamento e incerteza ajudou a aumentar a ansiedade e medo em adultos.
Segundo dados da Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), a prevalência de depressão em jovens entre 18 e 24 anos saltou de 7,7% para 14,8% após a pandemia.
Já em relação às crianças, o número de casos de depressão aumentou, principalmente, entre pequenos de 6 e 12 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef), em parceria com o Instituto de Pesquisas Cananéia (IPec), evidenciou, ainda, que 60% dos jovens entre 12 e 18 anos têm queixas relacionadas à saúde mental.
O cenário da depressão na juventude é uma preocupação para os pais. Afinal, é desafiador lidar com essa condição. Tanto a pessoa que sofre dos sintomas quanto os entes queridos que a observam sofrer tem as suas vidas modificadas por ela.
Filhos e depressão
Ninguém gosta de observar uma pessoa querida sofrer. Sentimos vontade de ajudar e, mesmo que tenhamos sucesso em aliviar o sofrimento dela por alguns instantes, logo voltamos a sentir o peso da impotência ao ver a dor alheia retornar.
Esse cenário tende a ser mais difícil para os pais. Nenhum pai ou mão gosta de ver os filhos sofrerem, muito menos não saber o que fazer para ajudá-los. Quando a razão do sofrimento é uma condição de saúde mental, a situação fica ainda mais complicada.
A convivência e a necessidade de cuidados constantes são cansativas, além de despertarem sentimentos desagradáveis.
A culpa é um exemplo. Não raro os pais se culpam pela depressão dos filhos, por se sentirem cansados e por não serem bons o suficiente. Eles associam o sofrimento dos filhos às falhas deles. Por isso, comentários grosseiros de terceiros, culpando os pais pelo estado emocional do filho, incentiva dúvidas sobre a capacidade deles.
A ansiedade é outro sentimento que costuma tomar conta dos pais. Ela é desencadeada por preocupações acerca da saúde, possibilidade de cura, bem-estar emocional e futuro dos filhos. Será que eles conseguirão se curar? Que a doença pode voltar depois? Será que conseguirão se reerguer após o episódio depressivo?
Quando a depressão está em um grau avançado, impedindo o filho de se levantar da cama ou induzindo pensamentos suicidas, o desespero pode bater. Aflitos, os pais passam os dias preocupados e à procura de soluções para elevar o humor dos filhos.
O que fazer nesses casos? Como ajudar os filhos com depressão?
Como identificar a depressão nos filhos?
Embora a depressão tenha um conjunto de sintomas comuns a quase todos os casos, pessoas de diferentes faixas etárias os sentem de maneiras distintas.
É importante que os pais prestem bastante atenção nos hábitos, humores e comportamentos dos filhos para identificar os sintomas. Da mesma forma, devem evitar rotulá-los como “frescura” ou “preguiça”.
Opiniões como essa magoam e afastam quem tem depressão de profissionais capazes de ajudá-lo. A pessoa deixa de ver os sintomas como algo atípico e os interpretam como “defeitos” da sua personalidade. Assim, a doença possui mais chances de evoluir para um grau severo.
Confira, abaixo, como identificar a depressão nos filhos de diferentes idades.
Depressão em crianças
As crianças também podem ter depressão, sabia?
A condição pode ser desencadeada por mudanças radicais na rotina dos pequenos, como mudança de cidade, perda de uma amizade e separação dos pais; eventos traumáticos, como bullying na escola ou perda de um ente querido; estresse; ou ambiente familiar opressor ou desagradável.
É mais difícil perceber a depressão nas crianças. Como elas ainda não sabem se expressar com palavras, o seu descontentamento com a vida é expresso por meio de comportamentos que nem sempre são claros.
Sintomas depressivos em crianças: tristeza, falta de vontade de brincar, sono excessivo, vontade de se isolar dos amiguinhos, ansiedade de separação, desgosto pela escola, crises de choro, medo sem motivo, birra, insônia, reações explosivas às frustrações, entre outros.
Depressão em adolescentes
A depressão em adolescentes também pode ser desenvolvida após vivências traumáticas, mudanças abruptas no modo de vida e estresse. Além disso, problemas amorosos, baixa autoestima e insegurança podem desencadear sentimentos e pensamentos negativos, os quais, com o tempo, evoluem para uma depressão.
Sintomas depressivos em adolescentes: irritabilidade, medo do julgamento, perda de interesse em atividades e hobbies, isolamento social, apatia, pensamentos autodepreciativos, mudança nos hábitos alimentares, excesso de rebeldia, entre outros.
Depressão em adultos
Além dos fatores mencionados anteriormente, a depressão nos adultos pode surgir com um divórcio, demissão, falta de confiança em si mesmo, medo da rejeição, vivência de situações de violência, burnout, entre outros.
É mais fácil perceber os sintomas em adultos, uma vez que eles já sabem identificar quando não estão bem e expressar as suas angústias. Da mesma forma, possuem maior autonomia para tomar decisões que corroboram para a sua saúde mental.
Sintomas depressivos em adultos: dificuldade para ver o lado bom da vida, pessimismo, sensação de vazio interior, sensação de anestesia emocional, dificuldade para tomar decisões, ausências frequentes no trabalho ou faculdade, raiva sem explicação, entre outros.
Como ajudar os filhos com depressão?
Ajudar os filhos com depressão requer paciência, carinho e empatia. O pânico pode se demonstrar forte em certos momentos, mas procure manter a calma e viver um dia de cada vez, sempre atento ao estado emocional do filho.
Veja, abaixo, como ajudar os filhos com depressão.
1. Estabelecer um diálogo
A primeira coisa a se fazer é conversar.
Sem fazer julgamentos, converse com o seu filho sobre o comportamento atípico que você tem percebido e pergunte como ele tem se sentido. Escute em vez de falar para que ele se sinta confortável.
Adolescentes podem se recusar a falar, o que é natural dessa faixa etária, então conduza a conversa com paciência. Você pode, por exemplo, explicar o conceito de saúde mental e a sua importância para manter a felicidade.
2. Buscar ajuda psicológica
A psicoterapia é o tratamento mais adequado para a depressão. Entretanto, não obrigue o seu filho a conversar com um psicólogo. Tente convencê-lo a ver um profissional por meio do diálogo e se ofereça para acompanhá-lo até o consultório.
Caso contrário, ele pode se recusar a cooperar com o profissional. Pais também podem fazer acordos com os filhos para incentivá-los a fazer terapia.
Já em casos graves, quando o filho fala em suicídio ou automutilação, procure ajuda profissional com urgência.
3. Dar apoio emocional
Forneça apoio emocional ao filho através da escuta, compreensão, abraços e, quando necessário, acompanhamento na terapia, médico ou lugares públicos. A sua presença pode acalmar e ajudar o filho a ter coragem para enfrentar uma situação difícil.
4. Elevar a autoestima do filho
Destaque as qualidades, competências e conquistas do filho. Faça elogios e celebre suas conquistas. Tenha em mente que construir uma boa autoestima é um trabalho longo. Para ajudar o outro a se ver com bons olhos, é preciso reforçar uma autoimagem positiva constantemente.
5. Envolver o filho em atividades divertidas
Proponha atividades divertidas, mesmo que o filho não demonstre interesse a princípio, como cinema, boliche, trilha, ciclismo, entre outras. É ideal que toda a família participe. Também pergunte para ele o que ele deseja fazer, demonstrando interesse por seus hobbies e vontades.
Pais também precisam se cuidar
Quando você cuida de alguém, a tendência é deixar de lado o próprio bem-estar emocional e saúde. Apesar de ser difícil equilibrar o cuidado com o outro e o autocuidado, é preciso fazer esse esforço. Afinal, se você não está bem, não consegue cuidar de ninguém, muito menos de si mesmo.
É comum a culpa surgir junto com o cansaço. Grande parte das pessoas pensa que não pode reclamar nem se cansar quando estão se dedicando ao outro. Mas a verdade é que esse trabalho de atenção constante é, sim, desgastante.
Por essa razão, pais precisam cuidar de si mesmos para conseguir cuidar dos seus filhos. Aproveite os momentos de descanso, como o período antes de dormir ou quando o filho está na escola ou faculdade, para praticar o autocuidado.
Faça meditação, pratique uma atividade física, converse com um psicólogo e escreva os seus sentimentos em um diário. Relatar o que você está pensando e sentindo através da escrita é uma ótima opção para desabafar coisas que você acredita que não pode contar para ninguém.
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Autor: psicologa Renata Visani Gaspula - CRP 06/72421Formação: Atua como psicóloga clínica há mais de 15 anos, está cursando mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde na Universidade do Algarve em Portugal e é pós-graduada em Neuropsicologia, PNL (Programação Neurolinguistica) e atua também com Psicanálise
8 respostas em “Como ajudar os filhos com depressão?”
THAIANA VOCÊ NÃO IMAGINA COMO TEM AJUDADO A PROFISSIONAIS E CLIENTES QUE PRECISAM DE ORIENTAÇÕES SEGURAS E DETALHADAS COMO VOCÊ APRESENTA.
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Muito bom o artigo.
Obrigado Doutora.
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Conteúdo riquíssimo de informações úteis, parabéns, muitas vezes os pais sentem-se impotentes diante da depressão dos filhos que por sua vez se isolam cada vez mais, essa luta árdua é um tremendo desafio diário e saber lidar com essa questão é muito importante.
Olá! Obrigada pelo seu comentário!
Gratidão é a palavra chave desse seu riquíssimo conteúdo. Se vim até aqui é realmente porque estou precisando. Meu filho se encontra em depressão profunda e essa auto cobrança e cobrança em sociedade e do trabalho que exerce chegou a esse ponto. Seus atendimentos aqui em SP é presencial e on LINE?
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